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Coleta de recicláveis segue impulsionando sustentabilidade durante o carnaval

Esse esforço não apenas reduz o impacto ambiental da festa, mas também garante uma destinação correta para toneladas de materiais que poderiam acabar descartados de forma inadequada.

05/03/2025 às 04h22
Por: Redação
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Fotos: Tiago Dantas / Ascom Sema
Fotos: Tiago Dantas / Ascom Sema

Enquanto os trios elétricos embalam a folia, nos bastidores do Carnaval acontece um trabalho essencial para a cidade, a coleta de materiais recicláveis. Em apenas quatro dias de festa, a iniciativa já recolheu 101.936,92 kg de resíduos, incluindo alumínio, PET e plástico. Esse esforço não apenas reduz o impacto ambiental da festa, mas também garante uma destinação correta para toneladas de materiais que poderiam acabar descartados de forma inadequada.

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Nos quatro ecopontos instalados na Ladeira da Montanha, Gamboa, Politeama e Canela, mais de 745 catadores foram cadastrados e beneficiados pelo programa (com botas, luvas, protetor auricular, calça, camisa e boné). Além de fortalecer a cadeia da reciclagem, essa ação promove a geração de renda para trabalhadores que desempenham um papel fundamental na limpeza das ruas e na preservação ambiental.

Participando do Ecofolia Solidária há 20 anos, a vice-presidente da Cooperativa Camapet, Michele Almeida, destacou que de lá pra cá a iniciativa só vem melhorando. “Hoje, a realidade é bem diferente. As centrais estão mais organizadas, com espaços adequados para armazenamento, reuniões e descanso. Temos uma sala de caixa, ar-condicionado, bebedouros e áreas específicas para os materiais coletados. Essas melhorias fazem toda a diferença, pois tornam o trabalho mais digno e eficiente”, ressaltou Michele.

“As cooperativas que gerenciam as centrais desempenham um papel essencial, e quando há apoio do governo, por meio de projetos e repasse de recursos, conseguimos ampliar essas ações”, afirmou Almeida.

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Além da ampla participação, os dados da coleta evidenciam o impacto positivo da iniciativa. Até agora, somente nos ecopontos da Montanha, Gamboa, Politeama e Canela, já foram recolhidas cerca de 27 toneladas de materiais recicláveis. Desse total, 15.530,8 kg são de alumínio, 5.730,7 kg de plástico e 6.066,7 kg de PET.

No Ecoponto da Ladeira da Montanha (Coopcicla e Coocreja), foram registrados 120 cadastros de catadores e coletadas 6.624,50 toneladas de materiais recicláveis. Na Gamboa (Canore e Cooperes), houve 150 cadastros e a coleta atingiu 6.827,50 toneladas. No Politeama (Camapet e Coleta Cidadã), também foram cadastrados 150 catadores, com um total de 7.105,00 toneladas coletadas. Já no Canela (Rede Recicla), 325 catadores foram cadastrados, e a coleta de alumínio alcançou 6.650,00 kg.

O Presidente da Cooperativa Rede Recicla, João Paulo, lembrou que antigamente o trabalho dos catadores e catadoras era amplamente inviabilizado e que hoje começa a ser reconhecido e valorizado. “A sociedade está mais consciente da importância dessa atividade, e os órgãos públicos têm investido na organização e no fortalecimento das cooperativas, além da inclusão socioprodutiva de catadores que ainda atuam de forma autônoma ou em condições precárias, como nos lixões. Ao longo dos anos temos percebido um maior comprometimento do Governo e de parceiros”.

“Se entendermos que o Carnaval é uma vitrine da valorização da categoria, devemos fortalecer esse trabalho ao longo do ano. Dessa forma, quando chegar o próximo Carnaval, não será apenas uma festa de música, arte e cultura, mas também uma celebração do impacto ambiental positivo e da inclusão desses trabalhadores na sociedade”, reiterou João.

A coleta seletiva não apenas reduz os impactos ambientais, mas também desempenha um papel essencial na geração de renda para centenas de trabalhadores. Além disso, a iniciativa contribui para a conscientização da população sobre a importância do descarte adequado dos resíduos, promovendo práticas mais sustentáveis no dia a dia.

A catadora, Ana Cláudia, começou a participar de uma cooperativa na cidade Baixa e este ano é a primeira vez que participa do Ecofolia Solidária, além de trabalhar com outras pessoas focadas no subúrbio de Salvador. “Todo o material coletado lá fica concentrado na região e sou eu quem traz para cá, pois não há postos de coleta estruturados por lá. Esses espaços de apoio, comunicação e logística simplesmente não existem na área. O Ecofolia é uma iniciativa maravilhosa, a rua está limpa. Antes, pela manhã, era comum ver muita sujeira espalhada, mas agora o cenário mudou completamente”, destacou Ana.

Victor Arouca, assessor da Diretoria-Geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e um dos coordenadores das Centrais de Apoio ao Catador, destacou o aumento no número de catadores cadastrados e na quantidade de resíduos coletados, indicando que os resultados podem superar os registros anteriores.

“As cooperativas têm um papel fundamental, orientando sobre a importância do trabalho dos catadores e catadoras. Eles contribuem diretamente para a retirada de uma grande quantidade de resíduos sólidos que, sem essa coleta, poderiam acabar no mar ou espalhados pela cidade. Além disso, as cooperativas reforçam a necessidade do uso de EPIs, como botas, luvas e protetores auriculares, para garantir a segurança e evitar acidentes. Mesmo aqueles que no início não compreendem totalmente a dinâmica da coleta seletiva, com o tempo passam a perceber o impacto positivo do trabalho que realizam”.

O Ecofolia Solidária é coordenado pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em parceria com as secretarias do Meio Ambiente (Sema), Desenvolvimento Urbano (Sedur), Desenvolvimento Rural (SDR), Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) e Políticas para as Mulheres (SPM), além das Voluntárias Sociais, do Inema e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).

Confira abaixo os endereços dos Ecopontos no Campo Grande:

Rua Direta da Piedade, no viaduto do Politeama e do Orixás Center.

Ladeira da Montanha, Centro.

Avenida São Jorge, descida para a Avenida Reitor Miguel Calmon.

Rua Gamboa de Cima, Campo Grande (ao lado do Forte São Pedro / Praça da Aclamação).

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