A pandemia do novo coronavírus provocou mudanças radicais na vida das pessoas, como aderir ao isolamento social, mudar o regime do trabalho, paralisar rotinas escolares ou de lazer, tudo como estratégia para conter o contágio do vírus que já matou quase 1 milhão de pessoas no mundo. As medidas são importantes para proteger o corpo, mas podem favorecer o surgimento ou agravamento de transtornos de saúde mental, como ansiedade, estresse e depressão.
“Mesmo sendo uma medida de segurança, quando o indivíduo começa a se isolar de pessoas ou grupos de forma constante ou é forçado a isso, pode, sim, acontecer de desenvolver transtornos mentais, pois é passível que haja uma impressão de punição pelo momento”, explica a psicóloga e psicanalista, Adrielle Lordelo.
O alerta feito pela psicóloga é respaldado por um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Segundo o levantamento feito pela instituição, foi registrado um aumento preocupante no número de distúrbios de saúde mental nos primeiros meses de pandemia. A pesquisa foi aplicada por meio de questionário on-line entre março e abril, com 1.460 participantes de 23 estados brasileiros.
A análise detalhou que os casos de depressão quase dobraram entre março e abril, indo de 4,2% a 8%. Os números referentes às pessoas estressadas pularam de 6,9% para 9,7%, enquanto os relatos de ansiedade evoluíram de 8,7% para 14,9%. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a média percentual padrão das doenças na população humana é 3,9% para depressão, 8,5% para estresse e 7,9% para ansiedade.
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