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FIM DO MISTÉRIO: Fumaça branca na Capela Sistina anuncia escolha do novo Papa da Igreja Católica

Conclave chega ao fim e elege o cardeal Robert Francis Prevost , que escolheu como nome Leão XIV.

08/05/2025 às 13h32 Atualizada em 08/05/2025 às 14h42
Por: Redação Fonte: Portal O POVO
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Crédito: Alberto PIZZOLI / AFP
Crédito: Alberto PIZZOLI / AFP

Habemus Papam: o Vaticano anunciou que Robert Francis Prevost foi eleito nesta quinta-feira, 8. A escolha foi feita pelos 133 cardeais reunidos na Capela Sistina, após votações secretas iniciadas na quarta-feira, 7.

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Sinos da Basílica de São Pedro tocaram após a eleição do novo papa e a multidão reunida na Praça de São Pedro comemoram ao ver a fumaça branca.

Quem é o novo papa?

Robert Francis Prevost, 69 anos, é o novo papa e primeiro norte-americano. Ele, que também tem nacionalidade peruana, foi escolhido hoje no conclave e será será apresentado ao mundo na sequência, em aparição da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, após quatro escrutínios.

Conclave: o que acontece depois da eleição?

Quando um nome atinge a maioria necessária, o cardeal decano pergunta ao eleito se aceita a responsabilidade.

Ao responder positivamente, ele escolhe o nome pelo qual será conhecido, uma tradição que remonta ao século VI. Em seguida, ocorre a apresentação pública do novo pontífice com a famosa frase “Habemus Papam”, do balcão da Basílica de São Pedro.

O nome escolhido costuma homenagear santos ou pontífices anteriores, revelando intenções simbólicas para o novo pontificado. 

O novo Pontífice usará o nome de Leão 14. O anúncio foi feito pelo cardeal Dominique Mamberti em latim, seguindo a tradição da Igreja Católica. "Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam" ("Anuncio-vos uma grande alegria: temos um papa"), afirmou.

Como funciona o conclave?

A eleição do papa acontece em sessões fechadas, chamadas de conclave, nas quais apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto. Durante o processo, os participantes ficam isolados e sem comunicação com o mundo externo.

Quem eram os principais cotados para ser o novo papa?

Um total de 133 cardeais com menos de 80 anos votaram na eleição do novo sumo pontífice. Há diplomatas, homens do campo, teólogos e mediadores.

Segundo a AFP, dezesseis se destacavam entre os "papabili", os papáveis.

Pietro Parolin (Itália), nº 2 do Vaticano, 70 anos

O experiente diplomata foi secretário de Estado — nº 2 do Vaticano — durante quase todo o pontificado de Francisco e é uma figura de destaque no cenário internacional.

Como membro do Conselho de Cardeais, desempenhou um papel fundamental na assinatura, em 2018, de um acordo histórico entre a Santa Sé e a China sobre a nomeação de bispos.

Luis Antonio Tagle (Filipinas), 67 anos

O ex-arcebispo de Manila é um figura moderada que não hesitou em criticar as falhas da Igreja católica, sobretudo em casos de pedofilia. Como Francisco, é um defensor dos pobres, migrantes e pessoas marginalizadas, a ponto de ser chamado de "Francisco asiático".

Este homem carismático de aparência jovial e sorriso fácil, apelidado de "Chito", foi criado cardeal por Bento XVI em 2012. Ele estava entre os "papáveis" no conclave de 2013.

Pierbattista Pizzaballa (Itália), patriarca latino de Jerusalém, 60 anos

Conhecedor do Oriente Médio, este franciscano e teólogo italiano fala hebraico e inglês e chegou em Jerusalém em 1999.

Em setembro de 2023, tornou-se o primeiro patriarca de Jerusalém em exercício — a principal autoridade católica do Oriente — a ser criado cardeal. Um mês depois, eclodiu a guerra entre o movimento islamista palestino Hamas e Israel. Seus repetidos apelos por paz o colocaram em destaque.

Matteo Maria Zuppi (Itália), arcebispo de Bolonha, 69 anos

Este discreto e experiente diplomata realiza missões de mediação política no exterior há mais de 30 anos. Membro da Comunidade Romana de Santo Egídio, braço diplomático não oficial da Santa Sé, foi mediador em Moçambique e enviado especial do papa Francisco para a paz na Ucrânia.

Com o rosto jovial e figura esguia, é muito popular na Itália por seu trabalho com os desfavorecidos. Além disso, defende o acolhimento de migrantes e a permanência dos fiéis homossexuais na Igreja.

Jean-Marc Aveline (França), arcebispo de Marselha, 66 anos

Aveline nasceu na Argélia em uma família de "pieds-noirs" — europeus, sobretudo franceses, que residiam na Argélia durante o período colonial — de origem andaluz e passou a maior parte da vida em Marselha.

Em 2013, tornou-se bispo auxiliar desta cidade portuária francesa, de onde defende o diálogo inter-religioso e os migrantes, dois pilares do pontificado de Francisco.

Eleito presidente da Conferência Episcopal Francesa no início de abril, ele foi o arquiteto da principal visita do papa sul-americano a Marselha em 2023.

Anders Arborelius (Suécia), bispo de Estocolmo, 75 anos

Este luterano sueco se converteu ao catolicismo em um país predominantemente protestante, mas também um dos mais seculares do mundo.

Primeiro bispo católico de nacionalidade sueca, foi criado cardeal por Francisco em 2017 e é membro de vários dicastérios.

Mario Grech (Malta), bispo de Gozo, 68 anos

O bispo de Gozo, a segunda maior ilha do arquipélago de Malta, desempenhou um papel fundamental durante o sínodo sobre o futuro da Igreja, convocado por Francisco.

Grech foi secretário-geral desta assembleia de bispos, que deliberou sobre temas cruciais, como o lugar das mulheres e os divorciados casarem-se novamente.

Péter Erdö (Hungria), arcebispo de Budapeste, 72 anos

Este rígido intelectual, que fala sete idiomas, é admirado por seus conhecimentos teológicos e sua abertura a outras religiões.

Fervoroso defensor do diálogo com os cristãos ortodoxos, também direciona atenção especial à comunidade judaica. Tem opiniões muito conservadoras sobre os casamentos de divorciados e casais homoafetivos.

José Tolentino de Mendonça (Portugal), 59 anos

Teólogo e poeta português, este prelado próximo ao mundo cultural é titular desde 2022 do dicastério (ministério) de Cultura e Educação do Vaticano.

O mais novo de uma família de cinco filhos, foi criado cardeal em 2019 pelo papa Francisco. Classificado entre os progressistas dentro da Igreja, suas posições sobre a acolhida dos homossexuais rendem a hostilidade de uma parte dos católicos conservadores.

Cristóbal López Romero (Espanha), arcebispo de Rabat, 72 anos

O cardeal espanhol, herdeiro espiritual de Francisco sobre os migrantes e o diálogo inter-religioso, é um símbolo das "periferias" admiradas pelo jesuíta argentino.

Nomeado arcebispo de Rabat em dezembro de 2017 por Francisco e criado cardeal em 2019, administra diariamente o diálogo com o islã em um país que tem uma comunidade católica minúscula.

Charles Maung Bo (Mianmar), arcebispo de Yangon, 76 anos

O presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia foi nomeado cardeal em 2015, tornando-se o primeiro e único de Belarus.

O salesiano pediu diálogo e reconciliação em seu país, devastado por conflitos. Após o golpe de Estado militar em 2021, pediu aos manifestantes da oposição que não reproduzissem a violência.

Membro de uma minoria étnica, ele defendeu os rohingya, perseguidos de maioria muçulmana. Também se manifestou contra o tráfico de pessoas, que atrapalha a vida de muitos jovens em Belarus.

Malcolm Ranjith (Sri Lanka), arcebispo de Colombo, 77 anos

Este conhecedor das engrenagens da Igreja Católica é um poliglota superdotado, considerado um conservador próximo das posições do papa Bento XVI.

Nomeado núncio apostólico (embaixador) em 2004 por João Paulo II, foi criado cardeal em 2010 por Bento XVI. Ele não se pronunciou publicamente sobre os temas mais importantes da atualidade da Igreja, como as mulheres admitidas no papel de diácono ou a bênção dos casais.

Peter Turkson (Gana), 76 anos

Turkson, um dos cardeais africanos mais influentes, é frequentemente visto como o favorito para se tornar o primeiro papa negro da Igreja.

Nascido em uma família modesta de 10 filhos, fala seis idiomas e esteve no Fórum Econômico Mundial em Davos em várias ocasiões para alertar os líderes empresariais sobre os perigos da economia.

Fridolin Ambongo (República Democrática do Congo), 65 anos

O congolês Fridolin Ambongo, uma importante voz do movimento pacifista em seu país natal, marcado por décadas de violência, pode receber votos dos cardeais conservadores. Ele assinou uma carta em 2024 contra a autorização de Francisco à bênção de casais homoafetivos.

Arcebispo de Kinshasa desde 2018 e cardeal desde 2019, também é membro do "C9", o conselho de nove cardeais encarregado de aconselhar o papa sobre a reforma da Igreja. "A África é o futuro da Igreja, isso é óbvio", disse ele em uma entrevista em 2023.

Robert Sarah (Guiné), 79 anos

Figura de destaque entre os católicos tradicionalistas críticos de Francisco, este homem reservado é conhecido por suas posições muito conservadoras sobre imigração e homossexualidade.

Ele chamou de "heresia" o texto da Santa Sé que abriu o caminho, em 2023, para a bênção de casais homossexuais. Integrou o grupo de cinco cardeais conservadores que pediu publicamente ao papa Francisco para reafirmar a doutrina católica sobre os casais homossexuais e a ordenação de mulheres.

Robert Francis Prevost (Estados Unidos), 69 anos

Natural de Chicago, tornou-se prefeito do poderoso Dicastério para os Bispos, encarregado de nomear bispos em todo o mundo, em 2023.

Prevost foi missionário no Peru e, anos depois, foi nomeado arcebispo emérito de Chiclayo, no país andino. Ele também é o presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Fonte: O Povo 

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