A rede hoteleira de Salvador registrou uma taxa de ocupação de 75,01% no mês de janeiro, superando os 71,75% do mesmo período em 2024. Apesar da alta, o índice ainda ficou abaixo do recorde histórico de 81,62%, alcançado em 2018.
A diária média no mês de janeiro de 2025 foi de R$ 783,77, um aumento de 10,4% em relação ao ano anterior. O Revpar, indicador que mede a geração de receita por apartamento disponível, foi de R$ 587,87, marcando um crescimento de 15,5% em comparação com janeiro de 2024.
A segunda quinzena de janeiro teve uma taxa de ocupação superior à primeira, o que é um comportamento atípico para o mês. A movimentação foi impulsionada por eventos tradicionais, como a Lavagem do Bonfim, o Festival de Verão e os últimos dias de janeiro, que antecederam a Festa de Iemanjá. Nessas datas, a taxa de ocupação superou os 80%, muito acima da média mensal. O período entre quinta e domingo foi especialmente favorável, com aumento da demanda.
O interesse por Salvador como destino turístico continua a crescer. A cidade foi frequentemente mencionada em pesquisas realizadas com viajantes brasileiros antes da alta temporada, consolidando-se como um dos destinos mais desejados.
A ampliação da malha aérea internacional também contribuiu para o aumento do número de turistas estrangeiros, o que tem favorecido a visibilidade de Salvador e impactado positivamente a economia local, com turistas que costumam ter uma permanência mais longa e um gasto médio mais elevado.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), Wilson Spagnol, o desempenho de janeiro foi positivo. Apesar disso, ele pontuou que existe potencial para um novo aumento da ocupação.
“Podemos dizer que foi um mês positivo para a hotelaria de Salvador, com crescimento em todos os indicadores, dentro das nossas expectativas. No entanto, entendemos que há potencial para que a taxa de ocupação cresça mais rapidamente, dado o aumento no fluxo de turistas”, avaliou.
Ele também destacou a falta de isonomia tributária entre a hotelaria e o aluguel de imóveis por temporada como um dos principais obstáculos, e ressaltou que a legislação precisa acompanhar as mudanças do mercado para garantir competitividade ao setor hoteleiro.
“A falta de competitividade tem prejudicado o setor, o que pode impactar negativamente a arrecadação de ISS, ICMS e outros tributos importantes para a cidade e o Estado”, afirmou ele, que projeta um cenário positivo para os próximos meses.
“Para fevereiro, esperamos uma taxa de ocupação similar ou um pouco superior ao ano passado, devido à realização de festas e eventos. Contudo, o retorno do calendário escolar pode limitar o turismo de lazer”, complementou.
Spagnol também prevê uma redução nas diárias médias em fevereiro, devido ao impacto do Carnaval. Já para março, com a chegada da festa, espera-se um aumento tanto nas diárias quanto nas taxas de ocupação, superando os números de 2024.
O presidente da ABIH-BA também demonstrou otimismo para o Carnaval, destacando o potencial do setor para este período. “A expectativa é que o Carnaval gere um período muito forte para a hotelaria, com altas taxas de ocupação em toda a cidade”, afirmou.
Conforme Wilson, a expectativa é que a temporada de verão continue positiva, apesar de algumas limitações sazonais.
Os dados divulgados sobre o desempenho hoteleiro de Salvador provêm da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo), realizada pela ABIH Bahia e Brasil. O levantamento é feito de forma digital, com os hotéis fornecendo informações diariamente ao Portal Cesta Competitiva. A média resultante é o principal indicador utilizado para avaliar o desempenho da atividade de hospedagem na capital baiana.
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