O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos Henrique Passos, afirmou, na manhã desta quarta-feira (12), que a Bahia se consolidou como um dos principais estados brasileiros na produção de energias renováveis, como eólica, solar e biocombustíveis. Segundo ele, é fundamental debater a legislação para impulsionar mais investimentos e, assim, expandir o mercado de energias renováveis e biocombustíveis.
A declaração foi dada durante a visita do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), presidente da Comissão Especial de Transição Energética e relator do Projeto de Lei 2308/23, conhecido como “Combustível do Futuro”. O parlamentar participou de um debate com investidores e grandes players do mercado de combustíveis renováveis, discutindo o marco legal que possibilita a ampliação das fontes limpas na matriz energética brasileira.
Nos últimos anos, legislações estaduais e federais têm proporcionado um cenário favorável ao avanço das energias sustentáveis na Bahia. Segundo Passos, o Estado tem grande potencial para expandir sua produção de biocombustíveis, impulsionado pela riqueza natural da região e pela demanda crescente por fontes limpas.
“A produção de energia eólica e solar ou de grãos têm um papel e uma oportunidade imensa a partir desses marcos legais para estabelecer um mercado próprio e que possa ser mais do que produtor de energia. Utilizar energia como um produto industrial que possa ajudar o desenvolvimento econômico do Estado”, declarou o presidente da Fieb ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra.
Atualmente, a Bahia já conta com refinarias em construção voltadas para a produção de biocombustíveis à base de grãos, além de robustos parques eólicos e solares.
Ainda segundo Passos, a posição de destaque da Bahia no setor de energias limpas tem sido reconhecida tanto no Brasil quanto no exterior. “Por conta da participação do estado na produção de energia renovável e também de grãos, a Bahia tem uma oportunidade imensa e tem ocupado esse espaço. Já temos construções em andamento de refinarias à base de grãos, além de um parque eólico e um parque solar robusto, buscando, inclusive, mais mercado”.
Ao mesmo tempo, a Bahia enfrenta um paradoxo: a produção de energia é elevada, mas a demanda interna ainda não absorve toda a capacidade gerada. Para resolver esse desafio, o presidente da Fieb aponta a necessidade de expandir a utilização das energias renováveis em outros segmentos.
“Hoje, na verdade, temos uma dicotomia: ao mesmo tempo em que há um excedente de energia, há também a necessidade de produzir cada vez mais. Precisamos ampliar o mercado de utilização das energias renováveis por meio de outras frentes, como a área de combustíveis, data centers e hidrogênio verde. Essas são oportunidades que ampliam o mercado e aproveitam a imensa capacidade de produção da Bahia, que ainda é pouco explorada”, explicou Passos ao Portal M!.
Outro fator essencial para o avanço das energias renováveis na Bahia é a segurança energética. A geração de eletricidade a partir de fontes naturais está sujeita a variações climáticas e oscilações de mercado, o que pode impactar a previsibilidade dos investimentos.
“Garantir a estabilidade do setor é essencial para atrair mais investidores e ampliar as operações. Precisamos de políticas públicas que ofereçam previsibilidade e incentivem o consumo interno de energias limpas, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis”, afirmou Passos.
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