O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas), do governo federal, enviou ao menos três alertas meteorológicos apontando a possibilidade de deslizamentos de terra em Salvador. Nesta quinta-feira (28), o prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou que o sistema de radar do órgão não foi capaz de prever o volume de chuvas que atingiu a capital baiana nos últimos dias.
Segundo ele, satélites do Cemadec (Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme da Defesa Civil) apontaram que o índice pluviométrico seria inferior ao que causou uma série de transtornos na capital, incluindo duas mortes por soterramento no bairro da Saramandaia. O prefeito lamentou o episódio.
Procurado pelo bahia.ba, o Cemaden afirmou que não faz previsões de volume de chuva. Apenas envia alertas de desastres focando em processos hidrológicos e de movimentos de massa (deslizamentos de terra).
Segundo o órgão, um primeiro alerta com nível de classificação moderada foi enviado no sábado (23), quando as chuvas passaram a ser intensas na cidade. Na terça-feira (26), um novo alerta de nível alto foi emitido às 12h21. De acordo com o Cemaden, esse nível de aviso é utilizado diante da probabilidade de eventos como alagamentos e/ou deslizamentos de terra), o que trará potencial impacto para a população.
Neste caso, recomenda-se que o município acione seu plano de contingência para mitigação de eventual desastre.
Na manhã de quarta (27), dia em que a capital atingiu o triplo de chuva do que era esperado, o Cemaden mandou um terceiro aviso com o grau mais alto de importância.
“O alerta foi elevado para nível Muito Alto, máximo nível da escala, destinado apenas aos casos mais graves”, afirma o órgão.
Em relação ao radar meteorológico mencionado por Buno Reis, o Cemaden diz que o equipamento está inoperante, “momentaneamente”, por falta de recursos para manter sua estrutura física (rede de energia, internet, ar condicionado etc.).
O problema, segundo o Cemaden, não afetou o sistema de alertas. “A indisponibilidade do radar não impossibilitou o envio adequado dos alertas correspondentes, uma vez que o CEMADEN utiliza diversas fontes de informação, como dados de pluviômetros automáticos (próprios e de parceiros), estações geotécnicas, estações fluviométricas, imagens e estimativas de chuva por satélite, descargas elétricas etc.”
“Esse equipamento é de grande utilidade para detectar a precipitação que se desloca desde o oceano em direção ao continente, permitindo fazer uma previsão para um prazo de 1-2 horas”, diz o Cemaden.
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