A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) acelerou a 0,62% em novembro, após marcar 0,54% em outubro, pressionada principalmente por altas nos alimentos. É o que aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em relatório divulgado nesta terça-feira (26).
Segundo matéria da Folha de São Paulo, o novo resultado vem acima das projeções e surpreende o mercado financeiro, uma vez que analistas previam uma mediana de 0,5%, com o intervalo das estimativas indo de 0,22% a 0,58%, de acordo com a agência Bloomberg. A alta de 0,62% é a maior para meses de novembro desde 2021. À época, a variação havia sido de 1,17%.
Já no acumulado de 12 meses, o IPCA-15 acelerou a 4,77% até novembro, disse o IBGE. Nesse recorte, a taxa era de 4,47% até outubro. A variação mais recente coloca o indicador acima do teto da meta de inflação para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024, que é de 4,5% nos 12 meses até dezembro. A alta de 4,77% é a maior desde novembro do ano passado (4,84%). A taxa não ficava acima de 4,5% desde dezembro de 2023 (4,72%).
Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 8 apresentaram alta de preços no décimo primeiro mês do ano. O maior impacto positivo, e maior variação, para o IPCA-15 vieram de alimentação e bebidas (1,34% e 0,29 ponto percentual), com seu terceiro mês consecutivo de aumento. Dentro deste grupo, a alimentação no domicílio acelerou de 0,95% em outubro para 1,65% em novembro.
Os principais contribuintes para este resultado foram os aumentos do óleo de soja (8,38%), do tomate (8,15%) e das carnes (7,54%). Do lado das quedas, destacam-se, a cebola (-11,86%), o ovo de galinha (-1,64%) e as frutas (-0,46%).
A alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,66% para 0,57%. Houve impacto da alta menos intensa da refeição (de 0,70% em outubro para 0,38% em novembro). Por ser divulgado antecipadamente, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no IPCA. Também calculado pelo IBGE, o IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil. Serve de referência para o regime de metas perseguidas pelo Banco Central (BC).
O centro da meta de inflação é de 3% em 2024, enquanto a tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Isso significa que a meta será cumprida pelo BC caso o IPCA fique no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) em 12 meses até dezembro.
Por outro lado, a previsão do mercado para o índice de 2024 é de 4,63%, baseando-se na mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda-feira (25). Ou seja, a projeção indica estouro da meta de inflação neste ano.
O IBGE coletou os preços para o IPCA-15 de 12 de outubro a 12 de novembro. A pesquisa do IPCA, por sua vez, está concentrada no mês de referência do levantamento, e o resultado de novembro ainda não está fechado. Será divulgado pelo IBGE em 10 de dezembro.
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